Em reunião com o Conselho Deliberativo da Superintendência de 
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Fortaleza (CE), a presidente Dilma 
Rousseff anunciou nessa terça-feira (2/3) mais uma série de medidas emergenciais 
de combate a seca, cujo montante devem chegar à cifra de R$ 9 bilhões. “Nenhum de nós pode esperar que a seca perdure, ou 
aconteça, ou que esse fenômeno recorrente apareça para encarar o risco de 
desabastecimento de água. Todas as nossas ações têm de assumir esse cunho 
preventivo”, afirmou a presidente, durante o lançamento dos novos 
programas.
A estimativa, segundo o secretário estadual da Casa Civil da Bahia e 
coordenador do Comitê Estadual para Ações de Convivência com a Seca, Rui Costa, é que “entre 20% e 
25% desses recursos sejam investidos na Bahia”.
Costa esteve na capital cearense acompanhando o governador Jaques 
Wagner e avalizou que parte dos programas apresentados por Dilma se refere a 
pleitos baianos junto ao Palácio do Planalto. “Todas as medidas terão impacto 
direto na Bahia, beneficiando pequenos e médios agricultores, porém alguns 
pleitos foram específicos da Bahia e a presidente atendeu ao nosso pedido”, 
sugeriu o chefe da Casa Civil.
Entre os pedidos estão a distensão da data-limite para cadastramento 
de beneficiários para o bolsa estiagem de novembro para fevereiro, a ampliação 
do número de máquinas disponibilizadas pelo governo federal para os municípios 
atingidos pela seca e a redução da burocracia de obras de infraestrutura 
hídrica. “Algo em torno de 200 mil famílias baianas serão beneficiadas com a bolsa estiagem. Em junho de 2012, apenas 60 
mil famílias estavam cadastradas e, em fevereiro, após um mutirão para que as 
pessoas atualizassem os cadastros, atingimos 160 mil famílias”, afirma o chefe 
da Casa Civil baiana.
Para exemplificar a desburocratização do acesso a obras de infraestrutura 
hídrica, o secretário aponta a mudança das exigências mínimas para o início das 
obras. “A partir de agora a titularidade das terras e a licença ambiental podem 
ser apresentadas até o final da obra e não antes”, explica.
No caso do maquinário, a concessão a partir do pleito da Bahia refere-se à 
extensão do benefício para municípios com mais de 50 mil habitantes, porém sob 
decreto de situação de emergência em decorrência da seca, de acordo com Costa. A 
lista de equipamentos a serem entregues aos municípios reúne um caminhão-pipa, 
uma retroescavadeira, uma motoniveladora, um caminhão-caçamba e uma 
pá-carregadeira, que servirão para ações emergenciais nos municípios. Para isso, 
serão investidos R$ 2,1 bilhões, atendendo 1.415 cidades em todo o país.
As ações anunciadas serão promovidas em parceria com o Banco Nacional de 
Desenvolvimento (BNB), que realiza, até o próximo dia 12, um mutirão para 
contratação de operações de estiagem, que possibilitam o acesso ao crédito 
emergencial.
O objetivo da ação é zerar o estoque de mais de seis mil propostas em análise 
nas agências do banco na Bahia, totalizando um investimento de, aproximadamente, 
R$ 56 milhões.
Segundo Rui Costa, os pequenos e médios agricultores beneficiados com os 
empréstimos poderão ter até 80% em descontos para pagamentos antecipado. Dilma 
fez ainda o pedido para uma maior sintonia dos governadores em relação às 
exigências dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a 
Controladoria-Geral da União (CGU), para dar mais agilidade às obras.