A crise enfrentada pelos Municípios e o veto ao dispositivo aprovado pelo 
Congresso que permitiria ajuda aos Municípios da Região Sul foram temas de 
pronunciamentos no plenário do Senado. A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que 
“milhares de Municípios, principalmente os pequenos, que são maioria no país, já 
estão com os caixas vazios e comprometidos com o pagamento de funcionários ou o 
custeio da prefeitura, e podem terminar o ano sem as contas quitadas como 
determina a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Segundo a 
senadora, parte do problema que os Municípios enfrentam diz respeito à relação 
com o governo federal, “que aumentou os gastos com o salário mínimo, 
corrigindo-o por índices acima da inflação”. Ana Amélia citou ainda que a 
desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) representa um 
recurso a menos no Fundo de Participação dos Municípios (FPM): “aproximadamente 
R$ 9 bilhões não chegarão aos cofres das prefeituras neste ano”, 
informou.
Em seu pronunciamento citou ainda que só dos 
repasses serão R$ 6,9 bilhões a menos na composição do FPM, formado com recursos 
da arrecadação do Imposto de Renda e do IPI. A decisão do governo de reduzir a 
cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o setor 
de combustíveis também gera problemas. Ana Amélia disse que a área da Educação é 
uma das que mais sofrem. “A perda prevista no Fundeb para os Municípios é de R$ 
17 bilhões”, afirmou.
Seca no 
Sul
O senador 
Paulo Bauer (PSDB-SC) lamentou o veto da presidente da República, Dilma 
Rousseff, ao dispositivo do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 20/2012, que 
permitiria ajuda a Municípios da Região Sul vitimados pela seca do início do 
ano.
Originado da Medida Provisória (MP) 565/12, 
o PLV foi sancionado com vetos e deu origem à Lei 12.716/2012, que libera linhas 
de financiamento para setores produtivos de Municípios em Estado de Calamidade 
Pública no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Na opinião do senador, o agricultor 
do Sul, principalmente dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foi 
tratado de forma injusta e indevida.
Segundo ele, o 
veto causou insatisfação e desapontamento no Senado e na Câmara, pois a emenda 
que estendia os benefícios à Região Sul, do próprio Bauer, foi acatada pelo 
relator, senador Walter Pinheiro (PT-BA), e aprovada em ambas as Casas depois de 
acordo entre lideranças.
 Em aparte, 
Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse que o veto “surpreende e revolta”. A emenda de 
Bauer refletia apelos dos pequenos produtores dos Estados do Sul, principalmente 
suinocultores e avicultores. “Esta Casa está perdendo a competência de 
aperfeiçoar as matérias enviadas pelo Executivo”, concluiu.